Que a luz do evangelho do cristo possa estar em seu coração iluminando o caminho de outras pessoas.

Horizontes da Fala - Capítulo 24 de 80 - As bençãos da argumentação - João N. Maia e Miramez

Horizontes da Fala - Capítulo 22 de 80 - O Desleixo da Palavra - João Nunes Maia e Miramez

Um Deus que Sorri... Eu acredito em Deus!

Um Deus que Sorri... Eu acredito em Deus! Mas não sei se o Deus em que eu acredito, é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro, o operário, o padre, o bispo ou pastor... O Deus em que acredito não foi globalizado. O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém. É uma idéia, uma energia, uma eminência. Não tem rosto, portanto não tem barba. Não caminha, portanto não carrega um cajado. Não está cansado, portanto não tem trono. O Deus que me acompanha não é bíblico. Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova. O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade. O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos. Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras. Nossa penitência é a reflexão. Ave Maria, Pai Nosso: isso qualquer um decora sem saber o que está dizendo. Para o Deus em que acredito, só vale o que se está sentindo. O Deus em que acredito não condena o prazer. Se ele não tem controle sobre enchentes, guerrilhas e violência, se não tem controle sobre traficantes, corruptos e vigaristas, se não tem controle sobre a miséria, o câncer e as mágoas, então que Deus seria ele se ainda por cima condenasse o que nos resta: o lúdico, o sensorial, a libido que nasce com toda criança e se desenvolve livre, se assim o permitirem? O Deus em que acredito não me abandona, mas me exige mais do que uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros. A cruz pesa onde tem que pesar: dentro. É onde tudo acontece e Este é o Deus que me acompanha. Um Deus simples. Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe tudo e vê tudo. Meu Deus é discreto e otimista. Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: de um abraço numa amizade, uma música na hora certa, um silêncio. O Deus que eu acredito também não inventou o pecado, ou a segregação de credo. E como Ele me deu o Livre-Arbítrio, sou eu apenas que respondo e responderei pelos meus atos. Paz, saúde e serenidade! Rubem Alves "Feliz de quem atravessa a vida tendo mil razões para viver."

Haverá Falsos Cristos e Falsos Profetas - ESE - Cap. 21 Item 9 - Inês Daher