Quem já não sentiu uma sensação desagradável, vaga, difícil de definir, com tremores, “frio” no estômago, coração acelerado, suor, sensação de falta de ar, diante de uma reunião com chefe, entrevista de emprego, encontro com aquela pessoa de que se esteja gostando, dia de prova? Muito provavelmente, todos nós, em maior ou menor grau. O nome dessa sensação/sentimento é ansiedade, que costuma ser gerada nesse tipo de situação.
A ansiedade é como um sinal de alerta, que faz com que a pessoa possa se preparar, defender e se proteger de “ameaças”, sendo assim uma reação natural e necessária para a auto-preservação, como exemplo, ao perceber uma situação de perigo, ela vai se esconder ou andar mais rápido ou fugir. Pode servir ainda, como impulso para aumentar nossos esforços e desempenho, por exemplo, no trabalho, ter um colega no mesmo setor e na mesma função, faz com que a pessoa procure ser mais atento, mais eficiente.
Não é um estado normal, mas é uma reação normal e esperada em determinadas situações e quando assim o for, não é necessário de tratamento, pois é auto-limitada.
Quando essa reação tem duração e intensidade maiores que o esperado para a situação, podendo inclusive dificultar a reação/enfrentamento da situação, dizemos que é uma ansiedade patológica (doente, prejudicial), que ocorre uma crise de ansiedade. Aí, neste caso, talvez se faça necessário um tratamento psicológico e/ou psiquiátrico (com uso de medicações), pois provavelmente a vida sócio-familiar, a saúde física,estarão comprometidas. Estima-se que entre 10 e 20% da população em algum momento sofre dessa ansiedade doentia.
Por que isso acontece com algumas pessoas?
Há autores, adeptos da “teoria biológica”, que explicam a ansiedade patológica como uma alteração nos neurotransmissores (daí a possibilidade de uso de medicações para regular os níveis). Outros autores, falam em um tipo de personalidade mais “frágil”, que diante de uma situação simples ou um evento estressante, reage de forma intensa, com um nível de ansiedade muito elevado, e isso porque a pessoa faz uma avaliação dos acontecimentos ou tem uma percepção pessoal mais trágica, assustadora, com mais dificuldades. Autores chamados humanistas dizem que a ansiedade se origina do fato de que devemos assumir responsabilidade pelas escolhas importantes em nossa vida. Isso gera um estado de tensão, nervosismo diante das opções, medo de não estar fazendo a melhor escolha, de estar errando, de não estar tendo controle da situação, resultando em uma crise ansiosa.
E o que fazer para controlar a ansiedade para que ela não se torne patológica?
Primeiro, deve-se fazer uma avaliação médica para descartar qualquer doença física que poderia levar a ter essa sensação. Estando tudo certo, trabalha-se então com a causa emocional da ansiedade patológica.
Segundo, é preciso rever a forma de vivenciar as situações do dia a dia. Através de uma psicoterapia é possível identificar e mudar pensamentos, crenças distorcidas que levam ao entendimento e enfrentamento inadequado dos acontecimentos.
É preciso ter consciência do que é aquela sensação, que o nome dela é ansiedade, que não é um enfarto (visto que, já foi feita avaliação médica), que não terá um desmaio nem morrerá.
Bem importante é praticar atividade física regular, pois através dela é possível haver uma regulação dos níveis de neurotransmissores; assim como ter momentos de lazer, fazer coisas prazerosas, que se goste, como um passeio, leitura, assistir filmes. A prática de yoga, meditação também ajudam, inclusive no equilíbrio da mente .
Uma alimentação adequada do mesmo modo influencia nos neurotransmissores, porque há alguns alimentos/bebidas que são estimulantes, podendo então levar a um aumento da ansiedade, por exemplo, refrigerantes derivados de cola e guaraná, café em excesso, chá mate, chá preto, chá verde, chocolate ao leite, excesso de açúcar, alimentos gordurosos, frituras, bebidas álcoolicas.
Existem ainda, técnicas de controle da ansiedade, que são usadas no momento em que ela ocorre, na crise:
- pensar que aquela é apenas uma sensação desagradável, que a saúde física está boa, que é ansiedade e que passará em alguns minutos.
- praticar a respiração lenta e relaxada (não profundamente nem rapidamente) por aproximadamente 2 minutos.
- fazer contagem regressiva, a partir de um número maior, por exemplo, 100 e daí 99, 98... até sentir que passou a crise.
- observar o tempo passando no relógio, porque parecerá que é um longo período, mas na verdade poderá durar apenas alguns minutos.
- não evitar os locais ou situações em que houve uma crise de ansiedade.
Daniela Lizardo Borges - Psicóloga
http://www.temasdapsicologia.blogspot.com/
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